já vem aí o meu silêncio
beijo-te agora as orelhas
de boca fechada
para que não tenhas de ser tu
a espantar-me com a tua surdez
coso eu a distância
para que não te piques
e não sangres
deixo-te feita a cama
para que sonhes
a todo o comprimento
sem que te enoveles
nas raízes dos meus cabelos
já tirei o banco da janela
libertei da minha língua os teus pés
para que sejam limpas
as pegadas que queiras
noutros chãos desenhar
tirei a roupa da corda
os as e demais letras
deixando as linhas em branco
ao dispôr do teu escrever
Sem comentários:
Enviar um comentário