sobre o asfalto, regorgitando quilómetros
olho descrente a paisagem, a chuva
monotonamente descaindo pelo pára-brisas
deixo para trás auto-estradas de possibilidades
enveredo pelo mesmo velho beco sem saída
na moldura da janela de repente
um homem e uma mulher numa mota
debaixo da chuva que se entranha
rasgando o vento com o corpo
um ninho num bolso dum blusão
onde ele guarda no calor da mão
a mão da mulher que viaja com ele
e nesse instante pergunto-me
se não será isto o amor
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