sou a mulher barbuda
a anã, a amputada
perdi mais braços
do que os que tinha
faltam-me as pernas de andar
prendada me vou cosendo
após cada orgão extirpado
é o fado da fada do lar
emparedar-se-lhe a pele
abrigarem-se sob a língua
hóspedes breves e líquidos
que se evaporam
aos primeiros raios da manhã
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