25 dezembro 2006

sem vírgulas na língua

despertas em mim
canibalísticos desejos
quisera engolir-te
sem tirar as penas
quisera servir-me
sem cerimónias

por trás das pálpebras
vejo-me atravessando
o umbral da tua garganta
centripetamente rumando
às paredes do teu umbigo