vou cortejar o homem do talho adular-lhe a inclinação carniceira beijar-lhe as mãos sanguinárias para que quando tudo termine como da anatomia do porco me extirpe o apêndice cardíaco em piedosa profilaxia
por vezes apetecia-me uma janela craniana uma corrente de ar a atravessar-me o espírito ou um último acto em japonês de visceral honra por não ser quimicamente correcta por não me bastar com soluções de 20 mg ao pequeno almoço
12 maio 2008
enchíamos as mãos das mãos um do outro transbordavam dedos e olha agora como pendem as minhas sem cruzamento de linhas incapazes de temperaturas empoladas de vácuos é talvez culpa do calendário
fosses tu Tomé e entrasses de dedo incrédulo peito meu adentro e seriam meus os joelhos no chão os cabelos limpando-te os rasgos do caminho e ser-te-ia de direito o adorar-te incógnito