22 junho 2008
agora era um amor que não veria
pela porta entreaberta da casa de banho
cujas cuecas não secariam
penduradas ao lado das minhas
sem acesso ao comando da minha televisão
com um colchão conformado ao seu corpo
numa outra morada
ressonando fora do alcance dos meus ouvidos
com separação de talões de supermercado
quere-lo intenso e inteiro por um instante
mantendo a soberania dos territórios
amá-lo muito mas menos que a mim própria
05 junho 2008
valham-me os dedos em pinça
a cavalo no nariz
vai descer, vai descer
dê à manivela ascensorista
no sentido descendente
tenho os ouvidos entalados
por quilos de silêncio
espezinhado sob a superfície
abro os dedos dos pés
sem a atenuante de membranas
vou sem torpedos
num submarino amarelo
yé-yé
campos e campos
de morangos encharcados
com uma cor mesmo a calhar
yé-yé
Subscrever:
Mensagens (Atom)