25 junho 2009

nocturno

embrulha-me a noite num casulo
onde chegam longínquas vozes
cantares de insectos nocturnos
ao longe rasgões de fogo
e a borboleta em que nunca me torno
nem quando pairam beijos no ar
(se é que há beijos a pairar)
de mim só se vêem os ombros
quando se inclinam cabeças
de choro a madurar
e fica a boca por beijar

Sem comentários: